São cada vez mais difíceis de encontrar. Ou porque se esquecem dos amigos, ou porque só se lembram quando precisam. Ou porque traem os namorados, ou porque andam a ver se engatam quem já está comprometido. Ou porque acrescentam sempre um ponto quando contam um conto e depois contam-no em demasia. Ou porque se estão nas tintas para tudo o que seja política, economia e seja o que for que não lhes diga respeito naquele dia, todos os dias, até ao dia em que acaba por lhes dizer respeito, e mesmo assim não se mexem. Ou porque não fazem aquilo que aconselham, mas depois fazem aquilo que criticam. Ou porque ainda julgo tanto quando tinha prometido a mim mesma parar com isso.
Estou num daqueles dias em que poderia dizer que quanto melhor conheço as pessoas, mais gosto dos animais. Há dias assim. E também eu sou uma pessoa, damn.
Provavelmente este estado de espírito tem a ver com as alterações às leis laborais divulgadas ontem. Comecei a pensar... se a maior força de um país são as pessoas... sim, porque um país é feito de pessoas, e não de dinheiro, nem de interesses, nem de minorias privilegiadas: a alma de um país são os 99% e não os 1%.
Se um país é feito de pessoas, não percebo como é que se pode fazer isto às pessoas. É escrever num papel que elas valem muito pouco, que têm tão pouca qualidade, que podem ser dispostas em pratinhos bonitos para os grandes tubarões virem cá comer. E têm tão pouca qualidade aqueles que escrevem, como aqueles que acatam o que é escrito.
Se um país é feito de pessoas, não percebo como é que se pode fazer isto às pessoas. É escrever num papel que elas valem muito pouco, que têm tão pouca qualidade, que podem ser dispostas em pratinhos bonitos para os grandes tubarões virem cá comer. E têm tão pouca qualidade aqueles que escrevem, como aqueles que acatam o que é escrito.
Por isso estamos perante um ciclo vicioso, em que pessoas de fraca qualidade passam atestados de fraca qualidade às pessoas, o que lhes dá novo alento para se manterem quietos e perpetuarem a fraca qualidade.
A coisa repete-se tanto nos círculos públicos como na esfera privada: vejo-o nos políticos e nas pessoas mais próximas de mim. Somos todos matéria de fraca qualidade - intelectual, emocional, moral - mas não faz mal... porque a vida é assim e estamos tão bem assim, todos tão quentinhos, juntinhos, enterrados em lama até ao pescoço.
A coisa repete-se tanto nos círculos públicos como na esfera privada: vejo-o nos políticos e nas pessoas mais próximas de mim. Somos todos matéria de fraca qualidade - intelectual, emocional, moral - mas não faz mal... porque a vida é assim e estamos tão bem assim, todos tão quentinhos, juntinhos, enterrados em lama até ao pescoço.