quinta-feira, 1 de março de 2012

a estrutura informal

O meu pai desde há muito tempo me ensinou o conceito de "estrutura informal" numa empresa. E o que será isso, perguntam vocês os meus dois ou três caríssimos leitores? Pois bem, assim como existe uma estrutura formal, de chefes, sub-chefes e empregados, uma hierarquia empresarial baseada em regras e num código de ética, escrito ou implícito; também existe uma estrutura informal, baseada em duas coisas muito simples: a popularidade e a coscuvilhice.

Em todas as empresas em que trabalhem, por mais pequena ou maior que ela seja, vocês vão encontrar uma estrutura informal. Umas vezes mais bem escondida, em conversas de cigarro ou café, noutras bem à vista de todos, incluindo cisões em grupos distintos, ao estilo dos gangs de prisão, em que a hostilidade entre uns e outros é mais notória e a tensão sente-se no ar.

Se é inevitável encontrar a estrutura informal ou por vezes ir de encontro a ela, o melhor é estarmos preparados. Como? Aplicando uma regra que sempre me ensinaram também (e que aprendi por experiência própria): saber o menos possível e, quando não formos capazes de nos proteger e nos atiram com um rumor para cima, não abrir a boca por nada deste mundo. Simples de memorizar, mas difícil de pôr em prática. Porque a estrutura informal é como um polvo que nos envolve e é preciso muita ginástica para não chegarmos ao fim do dia com uma série de tentáculos presos a nós.

Outra forma de nos mantermos mais ou menos à parte da estrutura informal é nunca nos esquecermos da nossa "máscara" em casa. Todas as pessoas usam máscaras no dia-a-dia e no trabalho elas são mesmo essenciais: é um meio em que vamos encontrar pessoas muito diferentes de nós e por vezes muito pequeninas e com frustrações muito grandes e não sabemos como elas podem reagir a essas diferenças. O que não faria grande mal, não fossemos nós obrigados a passar 70% do tempo das nossas Vidas com eles/as. Por isso vos digo caríssimos dois ou três leitores: usem e abusem da vossa máscara de trabalho.

E o que é isso da máscara? É aquilo que optamos por mostrar: em primeiro lugar, o que vestimos (porque é aquilo que toda a gente vê, mesmo que nunca fale connosco na vida), depois o que fazemos no local de trabalho, o que dizemos e a forma como o dizemos... claro que às vezes lá sai uma disparada que não conseguimos controlar, mas pronto. 

E dizem vocês "Ah e tal mas isso não é ser verdadeiro." Desculpem lá... Eu não sou, de todo, a mesma pessoa no trabalho e fora do trabalho. Eu sou todas as minhas máscaras: no trabalho, em frente aos meus pais, com os meus amigos, com o meu namorado, com desconhecidos ou recém-conhecidos, com homens e com mulheres. Tenho máscaras para tudo isso e sou tudo isso. 

Isso não é ser menos verdadeiro... neste caso é, e perdoem-me o auto-elogio, ser bastante inteligente.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois sim, a nossa vida tem de ser feita de máscaras para as várias situações que vivemos, se formos transparentes não teremos mistérios nenhuns nem nenhum interesse para os outros!
Todos temos máscaras, assumidas ou não, o certo é que elas existem.

Anónimo disse...

Tens toda a razão.
Para além de achar que inevitável ter comportamentos diferentes consoante o grupo de pessoas com que nos relacionamos, também acho que é aconselhável.
E essas máscaras não deixam de ser facetas de uma mesma personalidade, da mesma pessoa. Dão deixamos de ser nós por nos adoptar posturas e comportamentos diferentes em cada situação, porque essas mesmas são as nosso posturas e comportamentos para essas situações...

N.N.

chinfrim disse...

A máscara de "Anónimo" é uma delas :)

Anónimo disse...

Rigth!!!!!!!!!!!!!


Formol