terça-feira, 3 de abril de 2012

pseudo fashion bloggers

Acho um piadão a pessoal que cria um auto intitulado "blog de moda" e se auto intitula "fashion blogger" única e exclusivamente num exercício narcísico de promoção pessoal. Já vi vários em que, sob a égide da liberdade criativa e das tendências da estação, os autores vão tirando fotografias ao espelho, com trapinhos que compram na Zara ou na H&M e acessórios Feira da Ladra, porque o vintage está muito in. Depois, escrevem duas ou três linhas sobre a sua original criação, traduzem-na mal e porcamente para inglês e espanhol e está feito o post.

Algumas destas bloggers desafiam (e ainda bem) os padrões de beleza da sociedade atual - não são particularmente agradáveis à vista. Mas isto ao ponto de ser impossível considerá-las, lá está, fashion bloggers. Era preferível chamarem àquilo "o blogue em que tiro fotografias a mim própria ao espelho e por acaso, graças a deus, apareço vestida".

Isto porque, para mim, a moda não é bem "o que cada um quiser"... É certo que cada um se veste como bem entende e lhe apetece, mas isto sem pretensões de se tornar "moda".

A moda, como conceito, será uma espécie de limite virtual e utópico que se define para os padrões estéticos de uma sociedade e depois, em cada estação, se tenta alcançar ou superar. Seja o mais bonito, o mais diferente de tudo o que foi feito antes, o mais sentido, o mais ultrajante... o mais qualquer coisa. Se não, para mim, não é bem "moda", nem pode ter pretensões de se tornar moda.

Mas pronto, live and let live. É claro que não estou aqui a defender que os pseudo fashion bloggers sejam erradicados do planeta... eu também dedico este espaço a escrever meia dúzia de opiniões que muitos considerarão ridículas, desinteressantes e pseudo-qualquer-coisa. À chacun son goût.

4 comentários:

Duluoz disse...

Posso subscrever?

Pipoca dos Saltos Altos disse...

Aleluia!!!!

chinfrim disse...

Vá lá, até agora só caíram rosas, estava à espera de bombas. *

maria joão carrilho disse...

O que gostaria de ver tratada era a questão - expressão/ promoção pessoal.

Nem toda a forma de expressão é promoção pessoal. A arte ( nas paredes, nos blogs, nos palcos)contém uma dádiva de "si" ao "outro". Aquilo que se é e que se mostra, seja o corpo, os trapos ou o poema. Ninguém existe sem o outro, todos querem ser amados ou odiados.
Talvez por isso haja tão poucos a prescindir da assinatura.

AQUI FICA O DESAFIO. E a criação colectiva? Bem , vou deixá-la em paz, sua desdentadita.